segunda-feira, 1 de março de 2010

Heitor chupa chupeta



Escolhi essa foto para iniciar o post, porque ela foi tirada na maternidade, logo depois do Heitor chegar no quarto... Essa chupeta não foi escolhida por mim: ela foi dada a ele na UTI Neo. Admito que me espantei, pois acreditava que essa seria uma das decisões altamente analisadas que teria que tomar sobre a criação do Heitor. Mas não fiquei chateada, nem um pouquinho (tá, fiquei só chateada porque achei essa chupetinha muuito feia, e até hoje ele não aceita outro modelo!!), quando vi que a chupeta veio acompanhada dessa carinha carente de "onde você estava, mamãe?"...

Bom, assim, sem nenhum estudo prévio, meu filho entrou para o rol das crianças que chupam bu-bu (eu chamo a chupeta assim). Eu, como mãezona que sou, corri e comprei mais cinco iguaizinhos àquele, não sem antes cair no google, para realizar um dos meus famosos estudos sobre o tema.
Conclusões:

O bu-bu é LEGAL!

Os médicos chamam o hábito chupar a chupeta de "sucção não nutritiva", considerado normal e aceitável em bebês e crianças de até dois anos. Tá, essa necessidade de sucção do bebê normalmente se resolve com a amamentação, mas alguns bebês precisam do bu-bu para se sentirem mais calmos, pricipalmente nas situações de tensão, como quando sentem cólicas, gases ou medo.

Dessa função de acalmar vêm o termo em inglês "Pacifier". Ela é muito útil, sim, nesses momentos de stress ou mesmo na hora do cochilinho... Ela consola, aconchega e acalenta. Propicia menos gasto energético, dá ritmo, coordenação, força muscular e melhora a oxigenação transcutânea ("aproveitamento" do oxigênio através da pele).

O PRINCIPAL: Antes de coroar o bu-bu como o vilão da vez, coroa-se o dedo: assim, no melhor estilo "eu sou ruim, mas ele é pior", o bu-bu resta perdoado, ante os malefícios provocados ao chupar o DEDÃO, que pode danificar as áreas fonoarticulatórias. Chupar o dedo é algo meio difícil de evitar, pois o dedo, LITERALMENTE, está "à mão" do bebê, ou, como dizem os médicos, "presente no esquema corporal" - ora, pode-se esconder todos os bu-bus da criança depois dos dois anos, mas o dedo, fica impossível! Enfim, sendo mais fácil limitar a chupeta do que o dedo... Ponto para o bu-bu.

Como tudo que é legal, é preciso apenas evitar os exageros...

Se o nenem for ficar acordado por mais tempo, é conveniente deixar o bu-bu de lado. Esse é o momento dele, intimista... O Heitor bate, então, altos papos com sua mão, bgha, yhagggg.... Morde o chocalhinho, coooospe, baaaba, e o principal: mostra o banguelão!!

Ah, PARÊNTESES: salvo quando o papo é particular (normalmente, ele nem nos dirige o olhar nesse momento...), gosto de responder os ghaaaaah, ghaaaahs dele! Li isso em algum lugar e funciona, em alguns momentos ele entende os padrões e até repete, esperando a mesma reação de mim. Fica superfeliz de ser "entendido"! Ele grunhe "Ghaaah" e eu respondo qualquer bobagem. Ele grune de novo, eu respondo de novo, e fica visível a alegria dele por estar batendo papo!!

A hora do bu-bu, depois da "ginástica nas cordas vocais", vem beeem depois dos olhinhos vermelhos e vidrados, bocejos, mãozinha no olho... O problema é quando coloco ele para dormir e ele se agita: ligo o "bubu-sinal", ele entra em cena e o sono chega, imediatamente. Dou duas voltas na cozinha, retorno ao berço e se a chupeta não tiver caído, é só esperar o sono profundo e tirá-la delicadamente...

Segundo os médicos, se a chupeta permanecer interposta entre os lábios, a criança pode perder a "memória" muscular de permanecer com a boca fechada, o que é fundamental para que respire corretamente pelo nariz. Ah, e se ele largou o bu-bu, não se deve colocar de volta.

Problema: o Heitor as vezes larga a chupeta e imediatamente depois se DESESPERA atrás, até parece que o ouço gritar: "Caiu!! Eu juro que foi sem querer! Eu ainda quero, juro!". Sinceramente... Pediatras que perdoem: coloco de volta. Daí ele vira os olhooos... Coça o cucuruto, assanhando os cabelos (Heitor faz isso quando dorme e quando mama), e dorme. Sem streeess. Regra também tem limite...

A chupeta recomendada é a chamada ortodôntica, que, segundo dizem, tem "forma anatômica semelhante ao seio materno" - a propósito: seio de QUEM??? PeloamordeDeus, se eles dizem, eu acredito, mas já notaram como TUDO hoje parece com o seio materno e no fundo, NADA se parece com o seio materno? Melhor: todos esses "tudos" que parecem com o seio materno, não se parecem entre si??

Bom, enfim... Se eu entendi bem, a tal "semelhança" com o mamilo faz com que a ponta da língua se eleve dentro na cavidade oral, "estimulando a preparação das zonas de contato da língua para uma deglutição que não provoque alteração da arcada dentária, e também ajudando a produção dos sons como: T 'te', D 'de', N 'ne' ,L 'lê', R 're"
' e 'lhe'". Também permite uma melhor pressão dos lábios pelo formato achatado e bulbo curto.

O disco plástico externo deve ser côncavo, voltado para a boca, amplo, para que o bebê não SUGUE ele também, e vazado, para prevenir asfixia e minimizar dermatites de contato, por conta da saliva retida entre ele e a pele. ÓBVIO que não dá pra usá-la de cabeça para baixo. O material de preferência é o silicone, porque deforma menos e é mais higiênico.

Pronto, essas foram as informações que decidi que eram relevantes para a minha família. Sinceramente... Acho que há um alarmismo excessivo quanto a algumas coisas que li, e que nem incluí aqui, sobre "atrofia dos músculos das bochechas, lábios e língua flácidos" e "desmame precoce". Um, porque se o uso é limitado a alguns momentos, não se pode dizer que haja tempo suficiente para afetar a musculatura do bebê e a amamentação a esse ponto. Dois, porque também já li que não se deve acostumar o bebê a "chupetar" o seio, sob o risco dele acostumar a fazer "lanches" e não mamar o seio todo, dormir apenas no seio e ainda provoca rachaduras. Daí quando ouvi o comentário: "a necessidade de sugar do bebê tem que ser satisfeita toda no peito", perguntei: "e se ele acostumar a dormir apenas chupetando o seio?" Acreditem, ouvi de um médico: "aí, neeeesse caso, deve-se usar a chupeta!". AAAAAAH, TÁ! :/

ENFIM: Heitor chupa chupeta. Mamãe de Heitor chupava chupeta quando bebê e, já maiorzinha, comiiiia como uma desesperada, mastigava o bife muito feliz e, depois de lamber o caldinho do feijão no fundo do prato, ainda corria para a despensa atrás do pacote de biscoitos... Me lembro de um comentário da minha avó quando informei a ela que a recomendação dos pediatras agora era outra, não me lembro quanto ao quê: "ah, é assim, agora? Então você faz, mas olha... Eu já criei TANTOS do outro jeito..."

Dê ao seu filho amor e atenção, ajude-o a se comunicar, compreenda que o choro é a sua fala. Tenho certeza que vai ser difícil abusar da chupeta assim... Eu particularmente adoro assistir a sequência de Heitor, "berreiro-vermelhidão facial-grito mudo-beiço profundamente ofendido", aprendi a respeitar o choro dele. Aprendi, mais ainda, a respeitar o olhar dele, antes de qualquer regrinha determinada. Esse olhar aí em cima, esse olhar é o olhar do bu-bu. Esse bu-bu amarelo, por enquanto, ninguém tira...

FONTES: Saúde na Internet; BEBE.COM.BR

PS.: Ele acordou enquanto eu escrevia... Mexeu, resmungou, e eu fiquei olhando... Cogitei dar o bu-bu para que ele voltasse a dormir... Foi quando os gases saíram, trovejando!! Deixei que ele "tocasse seus timbaus" em paz, e voltei para salvar o post. Foi quando o resmungo ficou incisivo e direcionado à minha pessoa (Um "Ghaaaah!" seco, que se não for atendido, vira choro - já reconheço o padrão!), fui observá-lo. Ele estava sem meias, com uma perna da calça torta, na diagonal e com o cobertor enrolado no rosto... Arrumei ele e esperei... As perninhas mexiam, eu dei então o bu-bu e passei a massagear a barriga... Puf! Não sei se aliviaram-se os gases, mas ele dormiu, e o bu-bu caiu! Voltei para descrever isso para mostrar porque, para mim, só não são melhores amigos do bu-bu o DESESPERO, a PRECIPITAÇÃO e a FALTA DE OBSERVAÇÃO! E ele ainda é uma ótima companhia para o Heitor, enquanto os tambores rufam... :D
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1 Comentários

Um comentário:

  1. Vida longa ao Heitor. O João Pedro não chupa chupeta. Fiquei surpreso com a iniciativa da UTI. Não sabia que isso ocorria. Mas o importante que ele, Heitor, e ela, a chupeta, parecem se entender muito bem.
    Um abraço
    Hamilton

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