terça-feira, 29 de dezembro de 2009

HEITOR!

Estou devendo um post completo com o relato do nascimento e primeiro mês de Heitor (que chegou em 02.12.2009, às 06:53!), mas, enquanto aguardo aliviar a minha "escravidão pelos seios" para conseguir sentar aqui com mais tempo e escrever, olha a foto sexy de Heitor, em seu habitual "mal humor pós-banho":





TUSAMAISFOOOFADAMAMÃEE!! :)

sábado, 21 de novembro de 2009

E o primeiro olhar de Heitor vai para...

Eu tive três obstetras: uma em Porto Alegre, uma em Boa Vista e uma em Salvador - Heitor é mesmo um fenômeno global!!

Adorei todas três: a Dra. Mila com seu jeito carinhoso e cauteloso; a Dra. Francinéa, sempre alegre e desestressada, e a Dra. Luciana - que é muuuito, mas muito meiga! Foi o melhor presente que a tia Ina deu a Heitor!

Folheando uma revista enquanto esperava pra fazer (outro...) exame de curva glicêmica no laboratório, eis que me deparei com uma foto da fofa da Dra. Luciana pajeando a Ivete... Controlpiei a foto do site e trouxe pra cá!

Poxa, os fãs do axé que me perdoem o corte de photoshop, mas a Dra. Luciana merece um fã-clube só dela!!


Essa é a "Tia" Luciana, que descobrirá Heitor antes de todos nós...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pede pra sair, Heitor...!!!


EM TEMPO: Pede pra sair, mas espere chegarem seu pai e a câmera fotográfica de NY... ;)

Noooooossa, quando ouvia tooodas as amigas falarem da "ansiedade do final" da gestação, não imaginava o porquê de taaaanta agonia... Agora sei. A barriga PESA. As pernas DOEM. A comida ENTALA e não desce. O SOOOONO capricha, mas você não consegue dormir... A barriga coça, o CALOR enlouquece!! Anda tal qual uma pata, gingando para os lados... Respira com dificuldade. Coisa de pirar qualquer cristã.
Não vou neeem comentar a tal "concha de preparação", insuportável para o calor baiano (o que não seria muito diferente em Roraima...)! :/
Heitor mexe as cadeiras, arrebita a bunda, e deforma a barrigucha toda. Remexe os pezinhos e empurra o umbigo da sua amada "hospedeira"! Durante a noite, treina seu headbanging e delicadamente faz sua mamãezinha correr para o banheiro, doida por um xixi. Isso sem falar nos "carinhos" na virilha...
Sei que é nojento, mas é de utilidade pública contar: às vezes a azia capricha durante a noite, a digestão não se completou e fica impossível deitar. Mas o sono é tanto, que não tem como não deitar! Resultado: você acaba por correr para o banheiro toda "vomitante" para se debruçar no vaso. Problema: diferente do que ocorria lá no início, agora você tem um cabeção "se aconchegando" lá embaixo, e os consideráveis quilos restantes pressionando a sua bexiga... Resultado 2: Fazer força = xixi escorrendo pelas pernas!
A cena é no mínimo esdrúxula: você finalmente agradece ser o seu banheirinho minúsculo o suficiente para você permanecer dentro do chuveiro enquanto deixa o presente no vaso. Ou, caso você seja dessas mulheres de sorte com um banheiro enorme, recorre a um "peniquinho" que lhe permita não sujar todo seu lindo banheiro. Não reclamem, o estado gravídico é, no mínimo, 50% nojento. E ligeiramente ridículo...
Agora o último sintoma "normal" que me apareceu é hilário: DORMÊNCIA NA BUNDA! Esse é FANTÁSTICO, e me fez rir histericamente! Percebam bem: enquanto você carrega 3.300 kg de Heitor para frente, no charmoso "passinho de pata", a sua bunda age como se você tivesse pedalado 15 km de bicicleta!! :D
E enquanto vivencia tudo isso, você lê os ótimos livros da "Encantadora de Bebês", e, inevitavelmente, ainda que sentindo um MEDO DESESPERADOR de pastorear a personalidade de um ser novinho em folha (logo você, tão cheia de defeitos, que eventualmente parece não saber cuidar direito nem mesmo da sua própria personalidade...); ainda que sem ter certeza sobre se deve ou não deixá-lo usar a chupeta, se permitirá que ele durma no seu quarto, ou se é ou não conveniente utilizar às vezes a mamadeira... Você olha pra barriga esticada, coçando, quase explodindo de vida em potencial e pensa: QUE VENHA!!
Acho que é bem esse o segredo das lamúrias e algúrias do nono mês... Elas nos "empurram" para fora do medo, do assombro pela grandiosidade de gerar uma vida, de conduzi-la ao caldeirão transbordante complexo colorido chamado mundo. Ela, já semi-pronta, colagem de genes, cheia de instintos, de temperamento, inteligência, tendências, já capaz de se diferenciar, de ser original. Unica e misturada, e exatamente por isso, com suas particularidades...

"Todos somos como os seres humildes o são: solitários, nus, e abertos e expostos ao amor e à luz".
A. Compte-Sponville

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ESSAS SÃO ÓÓTIMAS!!

Não poderia deixar de postar aqui essas excelentes "piadinhas" que recebi de amigos "engraçadinhos"....
Aliás, falando em "engraçadinho", recomendo o livrinho "Manual do Grávido", e decidi que a partir de hoje esse vai ser meu presente nº. 1 aos casais "grávidos"! Além de instrutivo na medida certa (dá informações suficientes, é pequeno e bem decoradinho, para pais que não gostem de ler),ele tem algo que achei muuuuito divertido: termina cada capítulo com uma "máxima" do gênero: "sobre isso, deixe de besteira porque mesmo assim ter um filho é muito bom", que deixa a gente bem a vontade com as situações mais bizarras.
Eu comprei nas Americanas.
Por sinal, o preço subiu um pouco...

Vamos às piadas:

1

2

3 (Acho que todas em algum momento invejam esse saco de papel...!)

4

5

6 (esse está mesmo a minha cara!)

7

8

domingo, 20 de setembro de 2009

DURRRRRMA com esse balanço!!

Imagens todas feitas a partir das 22 horas... Algumas entraando a madrugada... Ser mãe é não dormir no paraíso. Deve ser "ensaio geral para amamentação"!!

No vídeo, Heitor "saculejando", chutando, e fazendo piruetas!!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

4 D

Não me perguntem porque chamam esse exame de "4D", pois eu não consigo enxergar quase nada... (risos)
Acreditem ou não, Heitor resolveu, APENAS no único exame que o plano não cobria, permanecer com os pezinhos no rosto e ficar tooodo enroscado no cordão umbilical!!
Por uns 15 minutos ele ficou com o rosto visível, perfeito, MAS COM O CORDÃO UMBILICAL EM VOLTA DOS OLHOS, tal qual um "menor infrator" ao dar seu depoimento pro Fantástico!
Quando a mãe infeliz estava quase desistindo, ele decidiu retirar a "faixa" dos olhos, mas aproveitou para "saracotear" pela barriga, o que deu uma ceeerta falta de nitidez às imagens...
Enfim, no pouco que deu para ver, ele ainda teve o desplante de mostrar-se com as caretinhas do papai... Nem uma só caretinha da mamãe!! Nem o pezinho igualzinho ao da mamãe ele mostrou!
Nem a médica dizendo: "ó, mas o nariz lembra mais o seu, não é como o do pai" - nem isso me consolou...
Estamos meio "de mal", agora. Eu durmo na posição que ele odeia, e ele, para descontar, empurra com o pé o meu umbigo, beeem devagarzinho, o que é deveras torturante. Ah, ele também aprendeu a chutar (ou socar, as vezes não noto a diferença) a minha virilha! Deve ter aprendido com minha depiladora, pois dóóóóóói...
Olhem os looks do "bebezinho pirracento":

Pezinho no rostinho!! De boca aberta: Saracoteando e desfocando:Sorriso!"Não é a mamãe"::P (booooobo...)
:D

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Plesentitos!!

Alguns presentinhos recentes fotografados (olha, não estão todos aí, mas não fiquem tristes, pois todos serão devidamente curtidos!):

1. Presente do Papai: banheira inflável que faz "quac". Ideal para a mala de um bebê que acumula milhagens desde a barriga!!



2. Uniformes: democracia futebolística é isso aí! :)



3. Paninhos de boca, que ganhou do Tio Duda. O mistério especial desse presente é o "Tênis"!! Vocês colocariam o pé dentro de um desses tênis?



4. Presentes da mamãe!! Resolvi quebrar um pouco com os "ursinhos fofos" das roupinhas de baby, lançando essa coleção mais "Roquienrou" para Heitor! Para ele saber a que veio...





5. Do kit "frases". Enquanto Heitor não aprende a falar, a gente acha um jeito de expressar o óbvio... ;)



terça-feira, 18 de agosto de 2009

Relógio Biológico

É claro que uma pessoa que sempre foi tão avoada+doida+porralouca como eu, grávida, escuto todo tipo de questionamento sobre o tal relógio biológico, que nos desperta para a incrível, fantástica e única experiência de ser mãe... As pessoas cujo "relógio" já bateu as doze badaladas, perguntam sobre os detalhes dessa sensação ímpar, ou às vezes só sorriem para a barriga quando você passa (como diria minha colega blogueira do Blog da Grávida! :D)...
Adianto às pessoas que têm fé no tal relógio que não me perguntem absolutamente nada, caso não desejem se decepcionar amarrrrrrgamente: salvo esta linda peça em aço cirúrgico e mostrador cor-de-rosa que se encontra no meu pulso esquerdo, eu não tenho "relógio".
A verdade é que não tenho muita fé nesse relógio maternal, e nunca me dispus a ouvi-lo...
Estranhamente, vejo mulheres desejarem um filho, sob o signo do "relógio biológico falando", em momentos onde sua vida emocional não está tão equilibrada assim, ou como manifestação de uma necessidade de "ter alguém" que supostamente não vai lhe abandonar...
Sempre me pareceu, seguindo esse viés, que a conversa de "relógio biológico" só serve às mulheres que têm filhos pra completar algo "vazio" em si. Algumas até afirmam esse vazio...
Isso sempre me lembrou algo meio Freudiano, em razão da tal "perda narcísica" da castração, como modo de sentir-se verdadeiramente mulher, completa em sua feminilidade, a qual lhe foi restringida na infância... Desejar criar uma criança não para formar um ser distinto, independente, mas para corresponder, nesse pequeno ser, à figura arquetípica de mãe (e dizer a famosa frase: "eu sou sua mãe!", aquela que responde a quase todos os questionamentos do rebento e que pode ser dita em todos os tons...!!). O filho não é uma pessoa, é quase uma posse desta mulher.
"Ela abandona seu desejo de um pênis e coloca em seu lugar o desejo de um filho, com esse fim em vista, toma o pai como objeto de amor. A mãe se torna objeto de seu ciúme. A menina transformou-se em uma pequena mulher." (Sigmund Freud, 1925).
Ok, ok, nós mulheres temos os nossos instintos... E temos a boa e velha intuição, também. Não estou excluindo toda e qualquer manifestação do DNA em relação a filhos. O que considero meio estranho - e Deus ajude que seja por pura ignorância minha - é a necessidade de um filho! Dessa necessidade eu nunca padeci, salvo nos momentos de carência absurda em que alguém que dependesse muito de mim parecia algo deveras atraente...
Querer um filho é diferente de estar disposto a criar um filho, com todas as suas nuances. "Ter" um filho não pode significar "perpetuar a espécie", simplesmente, "tornar-se imortal", colocar no mundo alguém que contará a sua história, seguindo aquela máxima BIZARRA de que a missão do homem na terra é plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro...
Assim, o momento perfeito para gerar uma criança é aquele em que duas pessoas estão COMPLETAMENTE dispostas a aceitar a sua incompletude e desenvolver-se ao lado da criaturinha que cresce, descobre, aprende e compreende. E mais, a compreende-la, a guia-la, a ser firme se necessário. O filho é um projeto que se concretiza aos poucos, e que nunca estará terminado. É, indubitavelmente, um projeto PARA O MUNDO, com plena autonomia e sempre incompleto. O filho NUNCA é seu. Só leva sua assinatura e seu orgulho...
Por isso adoro o fato de Heitor chegar em uma família já pronta, unida em si, mas onde cada um tem sua função social no mundo e não depende definitivamente do outro... Cada membro da família sendo independente e autônomo, ELE deverá encontrar o seu papel nela. Quero me esforçar para não mudar nadinha em razão da chegada dele: nem os móveis da sala (ok, levantarei uma tentadora corda de flores que até eu sinto vontade de puxar...), nem as minhas metas e projetos.
Adoro também a "incompletude" de nossas próprias vidas nesse momento, os sonhos sem alcançar, os projetos de vida a realizar... Heitor não é um fim em si, é mais uma força, mais um braço da família para lutar e conseguir. Foi bom para mim ver minha mãe estudar, formar, começar a trabalhar... Vai ser bom para ele, também, ver a mãe e o pai alcançando seus sonhos, atingindo suas metas, mudando, construindo...

Digam o que quiserem (só não joguem tomates): não considero Heitor um "presente" ao qual a nossa vida deve se adaptar... Acho que devemos ensina-lo a se adaptar ao mundo que construímos, o qual já estava estruturado quando ele chegou... A lutar para muda-lo, caso assim deseje. E ele deve, sozinho, aprender a somar-se ao casal, aos avós, tios, primos e parentes que passaram a ser dele (ou "com ele"), mas que são outras coisas também, são profissionais, são esposos, têm outras "máscaras" e outros papéis a exercer...
Realmente acredito que crianças assim têm mais consciência de seus limites e de seu lugar no mundo. Limitar ou modificar a nossa rotina por conta dele não pode significar deixar que ele perceba ser a causa disso. Bom, pelo menos não depois dos 2 anos de idade...
Filhos que nascem e crescem convivendo com relações felizes, sem "necessidades", absorvendo, sem traumas e aos poucos, as "manias do papai" e "maus hábitos da mamãe", até mesmo os seus medos e "faltas de educação", em minha opinião, são crianças destinadas a serem mais leves, mais seguras... Que sabem que o mundo lá fora não é perfeito, não é todo delas, não é como um vídeo do Barney. Sabem somar, sem subtrair. Sabem achar seu espaço.
Ensinar valores, aceitar os erros, ser rígido ou maleável, tudo isso REQUER, aliás, EXIGE muita segurança em SUA própria vida. Exige muita disposição para amar, para tolerar, para ouvir, para conviver e compartilhar: mas também muita segurança para não ceder, para guiar, para ignorar a dor provocada e ser firme no propósito de fazer um ser humano melhor, tão necessário a um mundo cheio de canalhas... Saber ter orgulho e premiar os acertos, mas saber apontar os erros e conduzir aos bons caminhos...
Heitor nunca me impedirá de mandar em meu nariz. De realizar meus sonhos e atingir minhas metas. Nunca terá, contudo, de carregar fardo outro que não seja o de ser o que é, ser imperfeito sobre a Terra, em um país tropical luso-americano, ser meio gaúcho e meio baiano, gerado em terras macuxis e desde as primeiras semanas, viajando o país em asas metálicas......

domingo, 9 de agosto de 2009

Aos pais e futuros pais...

O texto não é meu: é de um grande amigo, do papai Rodolfo para o então bebê Rodolfinho.
Para desejar um feliz Dia dos Pais a todos os pais, e em especial ao papai do Heitor, que está longe dele agora...



"Amor de Pai
Letra: Rodolfo Pamplona Filho (2007/2008)
Música: Jorge Pigeard
Quando eu soube que você viria,
sensação diferente foi a minha:
alegria de receber alguém que não conhecia,
mas que conheceria como ninguém mais poderia

As primeiras noites mal-dormidas...
Cólicas, febres e recusa à comida...
Fraldas, chupetas e mamadeira...
Cuidar disso não foi brincadeira...

Confesso que senti ciúme do seio
Pois queria estar naquele meio
Trocar sentimentos sem sequer falar...
Tocar o coração sem mais nada precisar...

Ler histórias para dormir no maior breu...
Colocar nos ombros para ver “como cresceu”
Ver um sorriso que ilumina o ambiente
E uma risada que alegra toda a gente

Assistir o mesmo filme 50 vezes...
Explicar a mesma coisa por meses...
Cantar a mesma canção para acalmar...
Replay’s de cenas no aprendizado de amar...

Ver aquele pingo de gente crescer
Descobrir novo ser, sem do antigo esquecer...
(R)Encontrar alguém que o conhece desde que nasceu...
E que não mais aceita todo conselho seu...

- não faço isso por mal, mas para poupar
que sofra da mesma forma que eu, ao sonhar...
Esqueço que filhos também têm o direito de tentar
cometer novos erros ou os mesmos, para meu frustrar...

Mas, mesmo assim, quando a saudade aperta,
Ainda que a volta ao lar seja realmente incerta
Quero dizer que os pais nunca ficam sós,
Se for possível ouvir, de longe, a sua voz...

A minha torcida pela sua vitória
A construção conjunta de uma história...
A minha alegria pela sua felicidade
Amor de pai não tem idade...

Ciudad Real, 08 de setembro de 2008"

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sotaques...

Papai Pflug, você não posta então eu vou postar, depois você edita:

Diálogo entre papi Pflug e seu aluno:

Aluno (Roraimense): Professor, qual vai ser o nome do seu filho?
P.P.: HeitoR (assim, com um R bem gaúcho)
Aluno: Ah, Heitô!
P.P.: Heitô não, HeitoR!


Meu cunhado me contou sobre esse diálogo... Senti uma pena imensa desse desavisado papai! Não sei como contar a ele que 50% da família do Heitor só o chamará de "Heitô", e na melhor das hipóteses: na mais provável ele será chamado por algum grunido semelhante a "Etô". É certo, contudo, que NUNCA, mas NUNCA MESMO, o chamarão de HeitoR, com esse "Rê" tremedor, lá pros lados da Bahia!

Agora só consigo pensar na PANACÉIA de palavras que formará o "dialeto" falado por Heitor! Vejamos possíveis exemplos:

- Ele vai ao Bonfim e exclama: Que "lomba" "da porra"!
- Nos aniversários infantis: "ô vei", dá um "negrinho" aí, "namoral"!
- Vó, quer "erva"? (nesse momento a minha mãe desmaiaria)
- Tou todo "assanhado" pra sair... (no Sul: tá empolgadinho pra balada; na Bahia: com aparência de saído do ovo, incompatível com a balada)
- "Oxoxoxoxoxi", "Capaz"! (espanto 50% incompreensível na Bahia e 50% incompreensível no Sul")
- Tio, dá um "cusco"? (aí meu irmão metia a mão no "piá", certo de que ele deseja uma porrada!)

E esse dicionário do "Heitorês" ainda rende! É preciso, ainda, colocar o sotaque "Macuxi" de Boa Vista, dando uma entonação Nortista ao vocabulário...

Coisa única esse mix-guri:

"Bah! É Niúma!"


Amanhã ele dá as caras de novo na telinha. Está tão empolgado aqui dentro, que dá "cambalhotas/cabriolas" por segundo, tal qual um PUM PRESO!
Resta definir se está dançando "chula" ou "afoxé". Pilchado, ou a la Filhos de Gandhy...

Caro Heitor: só o pão cacetinho o libertará! Pelo menos o cacetinho é pão, no Sul ou na Bahia!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Como tudo começou.

Dra.Luciana: Olha, seu bebê é aquele pontinho preto...!
eu: É...? (cara de vento)
Dra. Lu: É, ele está muito bem acomodado...
eu: Que bom...! (cara de vento tentando sorrir)
Dra. Lu: Agora vamos fazer exames. Você não pode mais fazer... (alguma coisa que gosto muito), nem comer... (idem!), nem beber (suspiro...)
eu: =|


Pois é, esse POÇO de insensibilidade aí em cima sou eu mesma! Pooodeeem malhar, que o Judas aqui está em promoção... Até hoje não consigo me conformar que enquanto o papis de Heitor estava desejando desesperadamente tirar fotos da imagem na tela do ultrassom (eu admito que reprimi ele quanto a isso, disse que a médica já iria imprimir as imagens e que eu iria me sentir como se ele tivesse fotografando o fundo da minha vagina... Relaxem, ele supera o trauma), eu só permanecia com a minha cara de joelho, sem absorver "o mundo da babação gravidídica"!

Na verdade, eu ainda considero praticamente impossível absorver a melação toda enquanto se vomita os bofes, sente gosto de plástico queimado na boca o dia todo, o corpo todo em mutação estrambótica, coisas assim... É a viiiiida, mulheres como eu também têm óvulos, fazer o quê... E assim, fomos, eu e o caroço, tentando nos descobrir simultaneamente... Juntos, debruçados na borda do vaso sanitário, juntos desejando ardentemente comer peixe cru e resistindo bravamente...

Desde que eu e o caroço nos olhamos pela primeira vez, eu reconheci o menino nele. Quando eu vi o seu aparente mal humor na tela da médica, também. Eu reconheci aquele menino ligeiramente sério, até arriscaria causticamente bem humorado... Eu vi a inteligência dele, a sagacidade e a energia, além da imensidão do amor que ele continha. Até sonhei, uma vez, que me entregavam uma menina no hospital: e eu a devolvia, convicta, afirmando que meu filho não podia ser uma menina. Claro, um laço tão forte em mim não poderia vir meigamente "cuti-cuti", tinha que ser convicto e radical. Era um menino. Doa a quem doer. E era mesmo.

E que ninguém dissesse que eu não cuidava do menino. Eu e ele sabíamos o tempo todo o que devia ser feito... Somos assim, não somos "cuti-cuti", ué! Mas somos engraçados a beça! E generosos: como quem premia a minha convicção em sua masculinidade inconteste, o menino mostrou o pinto e sumiu com os enjôos!!

O nome dele. Fizemos passeios indiscritíveis por todos os 1.000 nomes de uns três livros especializados. O papis é um pândego - juro que o diálogo abaixo é verídico e não sei neeeeem como avaliar a delícia de escutá-lo dizer:
Papis: José. Vamos por José.
Mamis e Heitor: (vamos ignorar pra ver se ele se manca)
Papis: Basílio!!
Mamis: Pô, nome de personagem que chifra o primo eu não quero.
Papis: E Nestor?
Mamis: É um urubu, amigo do Zé Carioca, pô!
Papis: Horácio!!
Mamis: É um boi apaixonado pela Clarabela!!
Papis: (...)

Mamis nessa hora começa a rir descontroladamente, em total desespero, sem saber o que fazer. Heitor respeitou e nem reclamou dessa vez. Papis calou-se e escolheu um nominho da lista tríplice que lhe tinha sido entregue anteriormente.

Então... Chamar-se-á Heitor, depois de recorrermos desesperados à numerologia (AQUI)... Era ele, perfeito. O nome se escolheu, então. Combinou-se sozinho com os patronímicos de papis e mamis e recusou-se a ser o que ele seria, caso se chamasse outra coisa que não Heitor.

Heitor é como um vento, que sopra firme - não forte - dentro de mim. Ele tem a força do príncipe de Tróia e a doçura misteriosa da "Melodia Sentimental", de Villa-Lobos. Ele é forte em sua fragilidade, e ele certamente hipnotiza. Heitor rulez. Não porque é meiguinho, cheirosinho, e tem dobrinhas... Heitor já é o que é. E é melhor do que nós dois, juntos e selecionados...

Ainda nem trocamos o primeiro olhar, e ele já me deixou apaixonada. Como uma súdita. É o meu príncipe. Aguardem e confiem... ;)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Como amamos tanto alguém que ainda não conhecemos...



"somewhere i have never travelled"

by E.E. Cummings

"somewhere I have never travelled, gladly beyond
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which I cannot touch because they are too near

your slightest look easily will unclose me
though I have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously) her first rose

or if your wish be to close me, I and
my life will shut very beautifully, suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;

nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing

(I do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands".


"nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente) a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente, de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas"

(Tradução de Augusto de Campos)

Inspirado no post de 19.07.09 do blog: http://blogdagravida.wordpress.com