domingo, 26 de fevereiro de 2012

Emagrecimento pós-parto: os tímidos (mas felizes) resultados, seis meses depois!


Bom, comecei a escrever esse relato no grupo de Emagrecimento Pós Parto da Rede Mulher e Mãe, mas foi ficando tão grande que achei melhor tansformar em post e por o link lá!
Como eu já disse antes em outro post, desde março do ano passado me conscientizei que precisava urgentemente emagrecer. Fui a um endocrino, encaminhada pela minha obstetra, à época. Estava então com vinte quilos a mais que o meu peso ideal e dez quilos mais gorda do que quando engravidei do Heitor.
Quando o endocrinologista percebeu que a minha taxa metabólica devia estar muito baixa (já que, como contei, fazia duas refeições por dia, sem lanches, e mais uma hora de jump fit, sem efeito, e ainda sentia cansaço e dores de coluna), me explicou que eu precisava parar para comer de 3 em 3 horas.
A verdade? Se você algum dia já brigou com o seu peso, como eu briguei, sabe que deve comer de 3 em 3 horas. Sabe que deve substituir o leite integral pelo desnatado, o pão comum pelo integral, sabe que deve cortar doces e bebidas alcoólicas. Se você não faz, a solução não está em uma dieta impressa no papel: é preciso extirpar o motivo disso.
Voltando ao "causo", o endocrinologista entãome disse que eu devia ter ido mais cedo até ele (até aqui, concordei), logo depois do bebê ter completado 6 meses, ressaltando que então eu poderia ter tomado logo a medicação que ele me receitaria, parando de amamentar. Eu ressaltei que amamentei até 13 meses e que não faria diferente, e pasmem! Recebi uma bronca (sim, bronca), com a ressalva de que "meu filho precisava menos do leite do que eu de emagrecer". Bom, eu dei um sorriso amarelo e nunca mais voltei. Sei que muita gente vai concordar com ele, afinal, nessa ocasião eu batia o ponteiro na obesidade e estava mesmo muito fraca, mas sou do time que não aceita ouvir de um médico as coisas ditas dessa forma. E sou do tipo que levanta e nunca volta quando as minhas ideias não batem com as do médico...
Ele me encaminhou a uma nutricionista, e simplesmente não gostei da primeira com quem me consultei. Ela me passou mil restrições, me deu aquela dieta "torrada-queijo branco-leite desnatado" de sempre que eu obviamente não consegui seguir e me deixou ainda pior. Estava desestimulada, arrasada, cansada de tudo. Então eu parei de trabalhar por um tempo.
Eu já vinha pensando em fazer isso, mas com a aposentadoria da pessoa que me levou ao orgão onde eu trabalhava, achei que era mesmo a hora, e me preparei para parar nesse momento. Decidi que por um tempo organizaria a minha vida e terminaria tudo que andava pendente. Era junho.
Nesse momento mudei também o meu plano de saúde, e com isso, tive que procurar novos médicos. Em agosto fui a uma nova obstetra, que decidiu levar adiante o plano da sucessora de me fazer emagrecer, mas decidiu utilizar outro método: ela começou tentando resolver as dores de coluna, que eu tomava por "normais" e que iriam" passar com o tempo", conforme todas as mães experientes me contavam (inclusive a minha). Contei da minha desventura com a nutricionista e ela me encaminhou a outra, pedindo que eu contasse a ela todas as peculiaridades da minha rotina, e garantindo que dessa eu iria gostar... E lá fui eu de novo.
Com a nova nutricionista, tudo aconteceu. Fiquei 3 horas esperando por ela e entrei de mal humor. Devo ter dito algo como: "como mal, como pouco, bebo coca-cola zero em excesso e nem adianta cortar; conheço de cor essas dietas 'torradas com cream cheese' e nem adianta me dar aquele papel padrão porque não vou conseguir seguir mesmo". Ela foi um amoooooor, e desde então me chama de "quase-colega" por causa de eu ter dito que conhecia as dietas de cor. Mediu-me, pesou-me, conversou por uma hora e meia perguntando sobre tudo e eu saí de lá achando que as coisas podiam ser diferentes dessa vez.
A obstetra me encaminhou também para 20 sessões de fisioterapia para dores lombares. Simplesmente foi maravilhoso! Já na oitava sessão eu me sentia mais disposta e até conseguia fazer caminhadas longas sem sentir dores. Me matriculei de novo na hidroginástica por recomendação da fisioterapeuta, que me explicou que muito das dores de coluna pós-parto vêm da falta de tônus muscular no abdômen - afinal, passamos mais de nove meses sem contraí-lo e vendo-o esticar...
De início achei que a hidroginástica não iria funcionar, mas descobri um jeito maravilhoso de fazer exercícios físicos: usar um monitor cardíaco. Para quem não sabe, é uma cinta que usamos sob o peito, em conjunto com um relógio, que capta a nossa pulsação. Com ele, é possível saber se estamos, durante o exercício, dentro da chamada "faixa de frequência cardíaca para o emagrecimento", que nada mais é do que 220 menos a sua idade, multiplicado por 65% (para a mínima) até 80% (para a máxima). Ficando entre um número e outro de batidas por minuto, você está certamente emagrecendo. O primeiro valor, de 220 menos a idade é a frequência máxima, da qual você não deve passar durante o exercício.
Eu comprei um Polar FT4, pois ele faz o cálculo das calorias gastas durante o exercício (usando seu peso e idade como variáveis), o tempo total, a frequência máxima atingida e a média. É excelente, mas é meio caro; por outro lado, há excelentes frequencímetros no mercado que garantem o principal: que você fique na faixa ideal durante o exercício. Caiu? Acelera! Subiu? Desacelera!
Antes de ganhar o Polar eu tive esse Oregon, que sempre me atendeu muito bem.
A hidroginástica do Sesi/RR dá como um brinde duas avaliações físicas no ano. Essa avaliação é muito boa, bem completa (o nome certo é bioimpedância), e é possível fazer ela paga também. Ela dá uma dimensão exata do que acontece com o seu corpo. Por exemplo, na primeira avaliação constatamos uma taxa metabólica muito baixa, o que permitiu que a minha nutricionista acrescentasse alimentos, e depois um complemento (que não é indicado para cardíacos, é bom ressaltar...) chamados "termogênicos" na alimentação, como forma de ajudar o meu metabolismo a acelerar, principalmente durante a hidroginástica. Os complementos termogênicos tem cafeína, dão energia e também aceleram os batimentos cardíacos. Com isso, fica mais fácil alcançar a faixa ideal de frequência cardíaca e perder peso.
A avaliação física também detectou, no mês passado, que o quilo que eu ganhei naquele mês (e com o qual eu estava completamente arrasada) foi de massa magra! Não era gordura, era músculo! E me fez voltar com mais pique ao exercício.
Desde agosto, quando estive com a nutricionista, até hoje (seis meses, aproximadamente), eu parei completamente de sentir as dores na lombar e, com isso, me tornei mais ativa; ganhei 2 kgs de massa magra, perdi 7,5 kgs de gordura corporal. Saí da obesidade, onde já tinha chegado, para alcançar o sobrepeso, estando hoje com o mesmo peso que tinha com 6 semanas de gestação. A tal barriguinha, embora tenha diminuído, continua com aquela cara de "barriga de mãe", mas a gente leva.
O mais importante, para mim, é que me sinto hoje muito melhor do que a seis meses atrás. Eu vivia cansada, desanimada e sem energia para fazer as coisas básicas da casa. Catar os brinquedos pelo chão era um sofrimento, e no final do dia eu sentia as dores. Os pés (meu pezinho tamanho 34!), que já sentiam a minha altura (tenho 1,72m), sentiam o peso corporal e doiam muito também.
Hoje eu posso caminhar, pedalar, carregar o Heitor em paz. Não perder mais um dia na chegada para me recuperar das 9 horas de voo também é muito bom.
Eu ainda não me sinto bonita, porque estava fora do peso ideal a relativamente pouco tempo quando engravidei, então, meu corpo ainda busca (hoje com muita dificuldade) aquele peso que eu tinha a quatro anos atrás. Mas sinto-me disposta e capaz de cuidar do meu filho, e isso é, hoje, o mais importante!
Admito que só consegui me organizar de verdade depois que parei de trabalhar... Mas olhando para trás, vejo que foi mais por ter sido o elemento catalizador da mudança do que por falta de tempo antes. No fundo, tudo é uma questão de dar o primeiro passo e não desistir no primeiro fracasso (no no primeiro médico cujo espírito não bateu com o seu...). Há muitas formas de inserir o exercício físico na rotina, seja fazendo um hora de atividade duas vezes por semana em dias úteis, usando o sábado para caminhadas com o monitor cardíaco (três vezes por semana é o mínimo que devemos fazer), ou até usando um equipamento caseiro, daqueles bem "polishop" mesmo, usando ou não o monitor como incentivo e eventualmente fazendo avaliações periódicas, na nutricionista ou através de uma biopedância, para enxergar os resultados e se sentir disposta!
Guardei assim algumas dicas para mim mesma, que são lições que tirei da minha primeira gestação. Sintam-se a vontade para pegar carona e segui-las, caso assim desejem:
  • Não ter pressa de emagrecer, mas não deixar, em nenhuma hipótese, de fazer caminhadas leves, Pilates, Ioga, Hidroginástica ou qualquer outro exercício eficaz, porém suave após o parto, assim que a GO liberar;
  • Tentar usar a cinta pós-parto com mais afinco, ainda que venha a ter de novo a herpes gestacional (essa vai ser difícil...);
  • Solicitar à GO que me encaminhe ao fisioterapeuta, caso sinta dores de coluna. Fazer os exercícios de fortalecimento abdominal que aprendi com a fisioterapeuta mesmo em casa, assim que liberada;
  • Controlar o que como e comer pequenas porções de 3 em 3 horas (alternar lanches com a amamentação). Achar um tempinho para visitar a nutricionista depois do parto.
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