quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"Moving On" ou "Ser mãe não é padecer no paraíso"

Precisamos lembrar, todos os dias, que somos MULHERES.
Comecei o post com essa frase, para poder ler ela várias vezes e me convencer do que está escrito, antes de continuar a escrever.
A verdade é que a minha vida sempre foi muito boa antes do Heitor. Eu tinha um trabalho que me realizava, no qual podia permanecer por 8, 9 horas seguidas sem me sentir violada. Tinha mil coisas que amava fazer, tinham assuntos dos quais gostava de falar, enfim...
Tudo isso pareceu sumir depois que o Heitor nasceu. Foram 3 meses de "chora-mama-fraldas-banho-arrota-nina-dorme-chora-cólica", ao lado de um útero que parecia estar meio fora do lugar, uma dor de coluna que não passava, uma certa angústia que não ia embora e até bolhas pelo corpo, por conta de uma herpes gestacional. Dificuldades de amamentação e a idéia inquietante de que se eu não acertasse o meu passo, um ser humano ficaria com fome. Peso, inchaço, e a gente tentando se entender com um serzinho totalmente dependente em casa...
14 meses se passaram, e as coisas parecem ter se equilibrado, salvo alguns ajustes. Eu ainda preciso achar um jeito e um tempo para fazer as unhas com regularidade, preciso emagrecer e antes disso, preciso voltar a fazer exercícios. Mas, mesmo assim, os dias não parecem bigornas nos meus ombros... Temos, PASMEM, uma rotina. Dividimos as tarefas, às vezes de forma igualitária, às vezes não: mas em paz... Quase sempre.
EQUILÍBRIO. E agora? Seguir em frente! Olhar para o chão, e reconhecer a terra onde se pisa. Olhar em volta, e reconhecer o mundo no qual estou inserida. Eu ainda sou eu, ainda tenho vontades, algumas meio diferentes, outras iguaizinhas.
É muito fácil ser apenas mãe. O mundo, por mais incrível que isso pareça (e algumas pessoas irão discordar de mim), ainda "perdoa" as mães exclusivas, ainda entende que é uma atitude louvável e que não pode ser repreendida. CLARO que não estou falando das mães "que não trabalham fora", estou falando das exclusivas. Porque a mãe pode não trabalhar fora, mas se manter atualizada sobre assuntos não maternais, ter amigos sem filhos, ter a sua individualidade preservada. É mais difícil, mas não é impossível!
O Heitor fez um ano a dois meses e desde então, me dei uma carta de alforria, mesmo ainda permanecendo ao lado do meu Senhor e Amo... Eu não sou mais exclusiva, tenho outros caminhos. Agora, tenho que ser para MIM a mesma profissional que sempre desejei ser, a mesma esposa e a mesma mulher. As coisas ainda trumpicam, se ajustam, saem de linha, mas a idéia na primeira frase fica viva na minha mente, todos os dias.

Somos mães, somos mulheres, somos habitantes do século XXI. Camaleões, multi-facetados, multimídia. Fazemos milagres. E com fé e força... sempre achamos nosso ponto de equilíbrio!
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Oi Lena!
    Adorei o seu post...
    Estou me sentindo meio assim... só mãe... parece que a mulher dentro de mim foi embora, junto com a placenta.
    Estou horrores acima do peso, não compro mais nada para mim, tudo é para o Lucca, às vezes tenho até vergonha de sair de casa, preocupada com que as pessoas que me conhecem vão falar se me encontrarem (nossa, olha como ela está, que horror... essas coisas).
    Essa é a minha última semana como mãe exclusiva, pois semana que vem volto a trabalhar... Está tudo meio confuso na minha cabeça, mas acho que quando voltar a ficha vai cair de verdade e vou me lembrar de quem eu era, antes do Lucca chegar em minha vida...
    Seu post me ajudou muito!!! Obrigada...
    Beijinhos e ótima semana!

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