terça-feira, 28 de julho de 2009

Como tudo começou.

Dra.Luciana: Olha, seu bebê é aquele pontinho preto...!
eu: É...? (cara de vento)
Dra. Lu: É, ele está muito bem acomodado...
eu: Que bom...! (cara de vento tentando sorrir)
Dra. Lu: Agora vamos fazer exames. Você não pode mais fazer... (alguma coisa que gosto muito), nem comer... (idem!), nem beber (suspiro...)
eu: =|


Pois é, esse POÇO de insensibilidade aí em cima sou eu mesma! Pooodeeem malhar, que o Judas aqui está em promoção... Até hoje não consigo me conformar que enquanto o papis de Heitor estava desejando desesperadamente tirar fotos da imagem na tela do ultrassom (eu admito que reprimi ele quanto a isso, disse que a médica já iria imprimir as imagens e que eu iria me sentir como se ele tivesse fotografando o fundo da minha vagina... Relaxem, ele supera o trauma), eu só permanecia com a minha cara de joelho, sem absorver "o mundo da babação gravidídica"!

Na verdade, eu ainda considero praticamente impossível absorver a melação toda enquanto se vomita os bofes, sente gosto de plástico queimado na boca o dia todo, o corpo todo em mutação estrambótica, coisas assim... É a viiiiida, mulheres como eu também têm óvulos, fazer o quê... E assim, fomos, eu e o caroço, tentando nos descobrir simultaneamente... Juntos, debruçados na borda do vaso sanitário, juntos desejando ardentemente comer peixe cru e resistindo bravamente...

Desde que eu e o caroço nos olhamos pela primeira vez, eu reconheci o menino nele. Quando eu vi o seu aparente mal humor na tela da médica, também. Eu reconheci aquele menino ligeiramente sério, até arriscaria causticamente bem humorado... Eu vi a inteligência dele, a sagacidade e a energia, além da imensidão do amor que ele continha. Até sonhei, uma vez, que me entregavam uma menina no hospital: e eu a devolvia, convicta, afirmando que meu filho não podia ser uma menina. Claro, um laço tão forte em mim não poderia vir meigamente "cuti-cuti", tinha que ser convicto e radical. Era um menino. Doa a quem doer. E era mesmo.

E que ninguém dissesse que eu não cuidava do menino. Eu e ele sabíamos o tempo todo o que devia ser feito... Somos assim, não somos "cuti-cuti", ué! Mas somos engraçados a beça! E generosos: como quem premia a minha convicção em sua masculinidade inconteste, o menino mostrou o pinto e sumiu com os enjôos!!

O nome dele. Fizemos passeios indiscritíveis por todos os 1.000 nomes de uns três livros especializados. O papis é um pândego - juro que o diálogo abaixo é verídico e não sei neeeeem como avaliar a delícia de escutá-lo dizer:
Papis: José. Vamos por José.
Mamis e Heitor: (vamos ignorar pra ver se ele se manca)
Papis: Basílio!!
Mamis: Pô, nome de personagem que chifra o primo eu não quero.
Papis: E Nestor?
Mamis: É um urubu, amigo do Zé Carioca, pô!
Papis: Horácio!!
Mamis: É um boi apaixonado pela Clarabela!!
Papis: (...)

Mamis nessa hora começa a rir descontroladamente, em total desespero, sem saber o que fazer. Heitor respeitou e nem reclamou dessa vez. Papis calou-se e escolheu um nominho da lista tríplice que lhe tinha sido entregue anteriormente.

Então... Chamar-se-á Heitor, depois de recorrermos desesperados à numerologia (AQUI)... Era ele, perfeito. O nome se escolheu, então. Combinou-se sozinho com os patronímicos de papis e mamis e recusou-se a ser o que ele seria, caso se chamasse outra coisa que não Heitor.

Heitor é como um vento, que sopra firme - não forte - dentro de mim. Ele tem a força do príncipe de Tróia e a doçura misteriosa da "Melodia Sentimental", de Villa-Lobos. Ele é forte em sua fragilidade, e ele certamente hipnotiza. Heitor rulez. Não porque é meiguinho, cheirosinho, e tem dobrinhas... Heitor já é o que é. E é melhor do que nós dois, juntos e selecionados...

Ainda nem trocamos o primeiro olhar, e ele já me deixou apaixonada. Como uma súdita. É o meu príncipe. Aguardem e confiem... ;)
Comentários
5 Comentários

5 comentários:

  1. Muito show!! Adorei de verdade!! Faltou só vc mencionar os apelidos carinhosos que vc lhe deu. Para dar a notícia da gravidez para o pessoal aqui do gab., vc disse (apontando para a barriga): "Tem um SER aqui dentro!". Rachei de rir. Depois tiveram outros que eu não me recordo no momento, mas esse episódio que eu relatei acima é meu preferido! rs. Muita saúde para vc e o Heitor! E muitos babadores para o paizão ansioso.
    Bjssssss

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  2. Ah, Helen...eu já tava rindo aqui com o seu texto, agora com o relato da Gi aí em cima..HAHAHAHAAAHUAHAUHAUHAA...
    Só você mesmo!
    Tô adorando o blog!
    Beijo grande em vcs.

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  3. Ameiii o BLOG, vou add aos meus favoritos. Parabéns linda, vc merece essa alegria toda. Seu Blog tá lindo.
    Bjs no coração. Jak.

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  4. Adorei o jeito como você descreveu a descoberta da gravidez e a escolha do nome. Gosto demais de Heitor pelos mesmos motivos. Marido aqui também é muito criativo e por enquanto tenho dado corda e me divertido um bocado com as idéias dele. Ainda não escolhemos. Já sugeri que a gente espere o menino crescer e ele mesmo decida como quer chamar. Até lá a gente põe um nome temporário. Hahahaha

    Nossa, fiquei inchadíssima com seus elogios. Bom, a verdade é que tenho estado inchadíssima há meses. Estou orgulhosa por inspirar o surgimento de um blog tão legal! Vou linkar você lá no Blog da Grávida! Beijos para você e Heitor Carocinho!

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  5. Minha amiga irreverenta, Bela em Direito por acaso e não por menos talento, mas eterna escritora, uma das minhas prediletas... Não poderia ser menos ireeverente, emocionante, sem perder a tônica do humor, a SUA FORMA DE SER PRÉ-MÃE... Saudades amiga... Bjs aos três...

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