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Cena do filme Não Sei Como Ela Consegue, com a Sarah Jessica Parker, sobre a louca e linda rotina de uma mãe "malabarista". Foto: Divulgação. |
Bom, a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional que deu às empregadas domésticas novos direitos é, certamente, a centelha que acendeu em mim a vontade de escrever esse post, mas não foi o motivo de, hoje, eu não ter uma babá.
Sim. Eu não tenho absolutamente nenhuma babá. Morando a 5.000 km da família. E sobrevivo.
Dar detalhes de como passei da super assistência de Vivi, a primeira babá de Heitor, para "ninguém" demandaria contar uma história muito longa. A verdade é que não é NADA fácil achar uma boa profissional, que assegure o bem-estar do seu filho na sua ausência, zele pelo desenvolvimento dele, higienize tudo que precisa ser higienizado e respeite suas diretrizes e as regras da casa.
Fui gradativamente me armando de estratégias para prescindir cada vez mais das babás, já que as "febres de cinco dias" e "viagens urgentes sem motivo informado" delas costumavam me deixar sem braços e pernas. Hoje, lido bem com a falta de uma babá, e tentei enumerar, ilustradamente, como fiz isso. Minhas dicas não implicam necessariamente em dispensar a babá, mas em viver bem com seu filho apesar delas, em viagens, no fim de semana e afins!
1. Modifique as rotinas.
Você leva a babá ao shopping? Ao restaurante? Ela coloca seu filho para dormir? Substitua a rotina atual por novos rituais. Acredite, você apenas se habituou a fazer as coisas de um jeito, e seus filhos também. Mudar os hábitos vai criar stress por algum tempo - afinal, eles estavam acostumados a fazer as coisas de um jeito - mas eles acabam se adaptando. Mesmo que sejam pequenos, explique a eles com calma que agora as coisas serão diferentes, e peça que eles lhe ajudem. Aos poucos, as coisas se assentam.Eu saio bastante com os meninos, porque viajo muito e não tenho parentes na cidade em que moro. Fazemos supermercado juntos, vamos a lojas e consultórios. Aprendi a respeitar o fato de que são crianças (choram, sentem cansaço, querem correr e brincar), e administro isso não abusando da boa vontade deles, distraindo, entusiasmando e controlando. No início é difícil, mas com o tempo, tudo se acomoda. Acreditem.
Essas são algumas fotos de momentos "driblando a falta da babá", para ilustrar nossa "vida flexível":
Supermercado com dois: um dorme no canguru, o outro dirige o carrinho atrelado ao carrinho do supermercado... Foi difícil tirar ele daí! |
Juro que não foi maldade minha. Ele quis ir assim, provavelmente com ciúme do irmão... Foi feliz, mas atacou um bolinho aí dentro. |
Se o marido puder ficar com um dos filhos, seja solidária e leve o outro com você. |
O bebê-conforto também é seu amigo, mas tenha cuidado para ele não ficar em falso e cair com a criança dentro. |
2. Arme-se de acessórios e estruture seu espaço.
São muitas coisas no mercado, a maioria importada, cuja função é deixar a sua vida mais fácil. Muitas parecem inúteis, mas tudo depende das suas necessidades, da sua rotina.Muitas pessoas dispensam carrinho e carregadores (como wrap, sling ou canguru), porque estão sempre cercadas de parentes e amigos para ajudar com o bebê. Outras não são a favor do uso de microondas com bebês. Para as suas escolhas, existem acessórios úteis que lhe auxiliarão a administrar as crianças. Decidiu não usar esterilizador de microondas? Compre um alarme de cozinha, útil para não esquecer as mamadeiras no fogo enquanto fervem. É só buscar um pouquinho, que itens bem interessantes aparecem! Um aspirador de pó resolve as migalhas de pão no sofá, um "sekito" resolve a meleira no chão quando o iogurte cai. Busque seus acessórios.
Eu, por exemplo, não gosto de usar banheira. Dou banho em Ben no chuveiro, e dei banho no Heitor assim também quando bebê. Tiro a roupa e entro com ele, dou o banho no meu colo e, antes de sair do banheiro, visto o meu roupão para sair para vesti-lo. É o meu jeito, é o jeito mais rápido e prático para mim. Por outro lado, deixo a banheira a postos caso alguém mais precise dar o banho.
Vou publicar apenas alguns itens que acessoram hoje a minha rotina, mas estou às ordens para dar dicas a quem tem uma rotina diferente:
Essa panelinha me quebrou muitos galhos nas papinhas de Heitor! Serve para cozinhar legumes no vapor no microondas. E é baratinha. |
Cadeirinha que vibra vira cama no quarto da mamãe, na sala, e onde mais for... É brinquedo, é momento relaxante para você. Eu amo. |
Mamadeiras lavadas, 200 mL de água, 5 min de microondas, e está tudo pronto. Infelizmente, não posso me dar ao luxo de abrir mão do microondas... Ele salva meu sono. |
Tenho vidrinhos de álcool 70% espalhados pela casa. Eles ajudam a limpar um brinquedinho antes de ir à boca, ajudam a "limpar as mãos" rapidamente quando não dá tempo de ir até o banheiro lavá-las... |
3. Organize-se.
Não tem jeito: tudo depende se organização. Nada funcionará sem regras básicas e ajuda de todos os membros da casa, inclusive das crianças. Faça listas, use Apps no celular, alarmes, post-its. Estabeleça os horários e o modo de fazer as coisas, mas deixe tudo flexível (todos podem dar o remédio se chegou a hora, mas, p. exe., devem registrar isso em um quadro branco na cozinha).Se a coisa não der certo de um jeito, tente de outro. Leia, descubra outros jeitos, ouça ideias que deram certo. Toda essa organização só vai ajudar seus filhos no futuro, vai ensiná-los que nem sempre alguém fará as coisas por eles. Ganharemos, apesar do cansaço que sentiremos, no exemplo dado!
Esse é o nosso banheiro inclusivo. Nele, o Heitor usa o vaso, lava as mãos e escova os dentes "sozinho" (vez ou outra precisamos acessorar para ter certeza de que tudo foi feito...). |
O outro banheiro tem essa toalhinha que ele adora: eu costurei uma fitinha para ficar mais fácil dele pendurar no ganchinho! |
Esse App (Share Timer) avisa quando já se passou o tempo para troca de fraldas, mamadeira ou sonequinha. Útil para os momentos de cabeça muito cheia... |
Esse App (iBebê) faz um diário da rotina do bebê. É chato de alimentar, mas pode ser útil para lembrar a hora em que o remédio foi dado. |
Por fim, esse App (Lembretes) serve pra qualquer coisa. Tem alarme e pode ser programado rotineiramente. |
Mais um exemplo de inclusão de brinquedos na organização da casa. Convém a criança deixar tudo organizado aí também. |
4.Visite berçários e escolas e analise o que tem à disposição para os horários de trabalho.
Existe ainda no país um grande preconceito com os berçários, como se a mãe que deixa o filho lá estivesse "abandonando-o". É estranho, porque deixar o filho em casa com uma babá não passa essa impressão. Preconceito entranhado.
Hoje existem berçários excelentes e escolas em turno integral maravilhosas. Neles, as crianças tem excelentes refeições frescas, com cardápios controlados por nutricionistas; praticam esportes, brincam com monitoras preparadas. Muitos berçários tem circuito interno de TV, e informam detalhadamente aos pais a rotina da criança na sua ausência.
A verdade é que, de um jeito ou de outro, é sempre difícil deixar os filhos com terceiros para trabalhar.
Se não há como, dentro da sua estrutura familiar e carreira, um dos pais deixar o trabalho para cuidar das crianças nos primeiros anos, e se não há uma "casa da vovó" onde deixá-los, é preciso procurar o que o mercado local oferece de melhor. Se for uma babá, estruturar a própria rotina e dar conta sozinha dos filhos fará você saber o que exigir dessa profissional. Ela fará exatamente aquilo que está predeterminado, e durante o período em que você estiver fora. E você poderá continuar cuidando das crianças nos horários livres, como forma de conhecê-los.
Decidi usar assim dos serviços de berçário desde que viajei com o Heitor, já sem babá, e me atrapalhei imensamente fazendo tudo. Uma babá, nessa época, não podia faltar sem que eu enlouquecesse. Daí porquê dominar a rotina dos filhos pode ser uma libertação!
Ninguém precisa ser refém da babá, nem fazer da babá refém...
5. Aceite que nem tudo precisa ser perfeito.
Me chama a atenção como todo mundo acha óóóótimo o modo estrangeiro de não necessitar de empregados domésticos, mas ninguém cogita dar um suco de caixinha ao filho, ou dar nele um banho fora do horário pré-estabelecido.
A regra é simples: relaxe. Se você vai administrar sua carreira, sua casa, seus filhos, precisa entender que nem tudo deverá sair perfeito. Se um dia um deles tomar o banho mais tarde porque dormiu demais a sua soneca, não será o fim do mundo. Eventualmente, seu marido vai esquecer de encher a mamadeira, e a água estará quente para servir rapidamente: é preciso relaxar, para poder ter a ideia de trocar a ordem das refeições e dar a fruta antes do leite.
Seja flexível, seja adaptável, e descobrirá que viver assim pode ser gostoso e produtivo.
6. Passa. Felizmente, e infelizmente.
Às vezes a coisa estoura e vocês ficam por um fio. Às vezes todos brigam. Às vezes os meninos não obedecem e você perde a calma. Muitas vezes você não sabe o que fazer. Eles fazem cocô ao mesmo tempo e você não sabe quem limpar primeiro. Eles choram ao mesmo tempo e você quer se trancar no quarto.
Seu cabelo e suas unhas ficam um tempão sem ver o salão, você passa tempo demais de camisola. Sua roupa fica golfada com frequência. Se você consegue uma pessoa de confiança para dormir com as crianças, você sai; senão, você passa muito tempo sem ver a rua à noite... Você usa seu cabelo preso com mais frequência. Evita saltos. Não come direito. Afasta-se dos amigos. Você esquece de malhar.
É difícil. Com organização, é possível driblar essas problemas, e achar um horário para malhar às 09 da noite ou às 06 da manhã. Aumente o tempo de berçário e se dê algumas horas.
É preciso incluir também na organização dos filhos a organização das suas necessidades. Exercícios, alimentação, beleza, algumas horas escrevendo em um blog...
Muitas vezes você esquecerá de si mesma, e estará em casa, durante a doença do seu filho, descabelada e mal vestida. E se arrependerá.
Não se arrependa. Tudo passa. Eles crescem, e amadurecem. Eles precisam menos dos pais por volta dos três anos. Parece que nunca vai chegar, mas quando chega, você acha que passou rápido demais... E conclui: vale a pena. Você conhece seu filho e ele lhe conhece. Você sabe interpretá-lo, sabe controlar sua raiva, sabe lidar com suas frustrações. Sabe o que ele consegue e não consegue fazer. Sabe respeitar sua personalidade. Você aprende a ler seu filho de uma forma intensa.
Essa é a minha maior dica para quem decide não ter babá: TUDO ISSO PASSA. Curta o que é bom, respire e abstraia a parte complicada. Drible as dificuldades com a tarimba de uma malabarista. Viva os primeiros anos do seu filho e verá que rápido demais, sua vida estará de volta às suas mãos. E você, pasmem, sentirá saudades de quando ele subia nas estantes e lhe fazia arrancar os cabelos...
Dicas maravilhosas!
ResponderExcluirBeijos ;)
Que bom, Mônika, que gostou! Fico feliz! Bjs!
ExcluirAdorei as dicas e ja baixei os app!!
ResponderExcluirObrigada por compartilhar!
Bjs
Gleysa
www.demamaeursa.com
Ótimas dicas!
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